domingo, julho 05, 2009

e o tempo...(pt I)

A mente trava. Concede-se tempo ao tempo de elaborar o que quiser, e poder dizer que não houve tempo para se pensar em algo interessante para o momento.
Os dois se pegam pensando no que dizer. Entreolham-se. Mas o tempo mais uma vez lhes prega uma peça, e não há mais tempo. Há o que se dizer. E novamente suspiros são controlados a fim de que não se perca o tempo que (não) se tem. E novamente entreolham-se. Agora com o relógio batendo mais alto perto de seus corações.
Agora, o que vale é qualquer daquela emoção que transparecerem. Aí está. Não acontece. Não tem como um dizer primeiro. Irão se atrapalhar, se conhecem. E perderão o tempo entre eles de estarem ali.
A lua já nasceu. Já brilha, e seu brilho mancha suas peles anciosas. De suas palavras, de seu carinho. E chega visçosamente estonteante e provocante para mostrar-lhes que o tempo só passou. Mais uma vez.
E para quem pareceu que iam beijar-se. Se remetem a sentir através de sua própria respiração, à do outro. E esperam. E evitam até pensar, para que o momento não se vá.

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